nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito
outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia,
sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas
e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes,
noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta
que se declina nos lugares que já não procuro.
sexta-feira, 16 de junho de 2017
eis o grito, a laceração
da voz, onde a alma
demora o uivo
eis o grito, indiviso,
rocha onde a voz
quebra o riso
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